foto Divulgação
"Narcotango
é um abraço profundo entre o tango e a atmosfera musical eletrônica de
nosso tempo. Pensei nisso vendo alguns poucos pares dançando na pista,
se negando a terminar a noite; e foi nessa hora que nasceu o Narcotango.
Imaginei a música que queria dançar e ver dançar. É nessa hora que o
poder narcótico do tango seduz, uma vez que entramos nesse universo e
não queremos mais sair. Porque o tango é como uma droga: proporciona
uma incrível sensualidade e uma poderosa energia."
As
palavras inebriantes são do músico Carlos Libedinsky (o primeiro à
esquerda, na foto), criador e líder do grupo Narcotango, que faz uma
suave mistura do tango de Osvaldo Pugliese com Massive Attack. Um
cruzamento aparentemente difícil de se imaginar, mas que é possível.
Aliás, o tango com os sons de origem eletrônica está proporcionando
resultados extraordinários na música contemporânea.
Não
somente o tango "proporciona uma incrível sensualidade e uma poderosa
energia", como afirma o músico argentino: a música em si, pela
sua natureza, transita direto nesses efeitos, em todos os
gêneros desde que a qualidade exista para conduzí-la nessa viagem de
sensualidade e energia. E imagino sensualidade e energia como
todos os tipos de sentimentos que possam despertar nos ouvidos mais
sensíveis, nos corações mais abertos.
O
tango, claro, tem uma característica, algo em sua definição que se
entrega a uma coreografia que denota a sensualidade, ou pegando e
explorando a comparação de Libedinsky, um efeito lúbrico, voluptuoso,
lascivo. O show do Narcotango, que assisti nesse fim de semana, no CCBB
de Brasília, até provoca essas sensações, mas de eficácia mais
letárgica do que excitante, ao contrário dos dois grupos anteriores,
Tanghetto e Otros Aires, que se apresentaram no projeto Eletrotango.
Como já conhecia o Narcotango de disco, não me surpreendi muito.
Mas assistir ao vivo o efeito é outro. A dosagem é maior.
6 impressões digitais:
Nirton,
seu blog está maravilhoso, ótimas matérias.
E sua leitura é sempre especial, doce Cris. Beijos.
Maravilha, Nirton.
Nâo conheço o Narcotango. Conheço o Gotan Project e gostei muito.
Paulo Renato Santos
Bertini, todos esses grupos que misturam tango com música eletrônica são bons.
Oi, Paulo! O Gotan é bom mesmo, foi o que iniciou essa fusão do tango com os sons eletrônico. Um abraço!
Postar um comentário